A gaiola foi aberta mas as minhas asas nunca souberam o que é voar...
Nunca conheceu a liberdade...
Sua vida sempre foi na gaiola.
Cantava como quase todos os pássaros que conhecia só não usava as suas asas como eles.
Então, em uma tarde fresca onde o sol já se preparava para adormecer uma mão pequena abriu a porta da gaiola e esperou para ver o pequeno pássaro voar.
- Voa passarinho. Voa!
- Não sei voar.
- Bate as asas.
- Tenho medo de cair no chão.
- Voa passarinho. Bate as asas. Voa.
A porta da gaiola continuava aberta. O pássaro amedrontado. A menina animada para ver o pássaro livre. Dias se passaram e nada aconteceu.
A canção já não era a mesma. Havia dor em suas notas musicais.
Quem pode condenar um pássaro que nunca soube o que é voar?
Quem pode condenar um pássaro por não saber usar as suas asas?
A gaiola aberta e a canção já não se ouvia mais...
- O passarinho está dormindo?
- Não, querida. Ele morreu.
- Ele não aprendeu a voar?
- Não, querida. Ele não quis.
- Ele queria, sim. Mas o impediram de viver como era para ser.
A menina chorou.
A menina cresceu.
A menina se tornou mulher e aprendeu que pra voar é preciso bater asas.
Mas... E se cair no chão?
Levanta. Bate as asas até que elas estejam prontas para ganhar as alturas. E quando estiver lá em cima poderá sentir o desejo de voltar e ficar. Sem gaiolas. Sem algemas. Sem prisões. Livre para voar. Livre para viver.
***
Texto que escrevi no Scribe
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