sábado, 20 de junho de 2015

Ensiná-me a voar

A gaiola foi aberta mas as minhas asas nunca souberam o que é voar...


Nunca conheceu a liberdade...

Sua vida sempre foi na gaiola.

Cantava como quase todos os pássaros que conhecia só não usava as suas asas como eles.

Então, em uma tarde fresca onde o sol já se preparava para adormecer uma mão pequena abriu a porta da gaiola e esperou para ver o pequeno pássaro voar.

- Voa passarinho. Voa!

- Não sei voar.

- Bate as asas.

- Tenho medo de cair no chão.

- Voa passarinho. Bate as asas. Voa.

A porta da gaiola continuava aberta. O pássaro amedrontado. A menina animada para ver o pássaro livre. Dias se passaram e nada aconteceu.

A canção já não era a mesma. Havia dor em suas notas musicais.

Quem pode condenar um pássaro que nunca soube o que é voar?

Quem pode condenar um pássaro por não saber usar as suas asas?

A gaiola aberta e a canção já não se ouvia mais...

- O passarinho está dormindo?

- Não, querida. Ele morreu.

- Ele não aprendeu a voar?

- Não, querida. Ele não quis.

- Ele queria, sim. Mas o impediram de viver como era para ser.

A menina chorou.

A menina cresceu.

A menina se tornou mulher e aprendeu que pra voar é preciso bater asas.

Mas... E se cair no chão?

Levanta. Bate as asas até que elas estejam prontas para ganhar as alturas. E quando estiver lá em cima poderá sentir o desejo de voltar e ficar. Sem gaiolas. Sem algemas. Sem prisões. Livre para voar. Livre para viver.

***
Texto que escrevi no Scribe

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